"ESTEIROS"

GRUPO DE TEATRO

HISTORIAL

 O Grupo Teatro Esteiros foi fundado em 1974 por jovens alhandrenses motivados por valores artísticos, estéticos, culturais e humanísticos. A Sociedade Euterpe Alhandrense foi a coletividade onde se instalou, primeiro mediante apenas a utilização do palco, e depois numa sala própria (Sala Estúdio), onde ainda se mantém. Os elementos fundadores, deram ao Grupo o nome de “Esteiros”, por influência do romance homónimo de Soeiro Pereira Gomes, cuja Acão decorre em Alhandra, localidade marcada por fortes raízes associativas, culturais e artísticas, em particular na área da Música e do Teatro. O Grupo Teatro Esteiros é um grupo de amadores que privilegia uma abordagem moderna, estética e interventiva. Daí o recurso a uma diversidade de textos de diferentes correntes literárias e dramatúrgicas, de autores de referência da dramaturgia clássica e contemporânea, portugueses e estrangeiros. Ao longo de 47 anos (1974 – 2021), o Grupo Teatro Esteiros estreou 47 produções, quatro das quais foram repostas noutros momentos do percurso do Grupo. Vários destes espetáculos foram apresentados um pouco por todo o país, quer em espetáculos solicitados por coletividades, associações, e entidades, ou participações em Mostras, Festas, Encontros de Teatro, ou Ciclos de Teatro Amador (Alverca, Alcochete, Alhandra, Aveiro, Caneças, Lisboa-Teatro da Trindade, Olival de Basto-Centro Cultural da Malaposta, Póvoa Santa Iria, Vila Franca de Xira). Apesar da disponibilidade para a itinerância, a Acão do Grupo incide especialmente na Área Metropolitana de Lisboa, e em particular no concelho de Vila Franca de Xira, ao abrigo de Protocolo com o Município – Programa de Atividades Culturais Descentralizadas.

 

Várias das suas produções foram distinguidas com prémios de âmbito regional e nacional, em Festivais de Teatro de Amadores, (Intersindical, Área Metropolitana de Lisboa, Vila Franca de Xira) e, desde 2013, em diversas edições de Prémios de Teatro promovidos pela Câmara Municipal de Vila Franca de Xira (Prémio de Teatro Amador 2013 e, desde 2014, Prémio de Teatro Mário Rui Gonçalves). A qualidade dos trabalhos apresentados levou diversos críticos especializados da imprensa nacional a abrirem exceções nas suas colunas “profissionais”, para abordarem estas produções. Paralelamente à produção regular de espetáculos, o Grupo Teatro Esteiros tem intervindo noutras áreas, tais como a realização de ciclos e festivais de teatro, bem como cursos e ateliers de formação para jovens, adultos e professores, por iniciativa própria ou a convite de escolas e da Câmara Municipal de Vila Franca de Xira. Entre 1979 e 1981, organizou três edições do “Ciclo de Teatro de Amadores”, tendo participado vários grupos de todo o país. Em 1981 associou-se à Câmara Municipal de Vila Franca de Xira nas comemorações do 40º aniversário da publicação da obra Esteiros de Soeiro Pereira Gomes, e em 1990 na homenagem ao Actor Rogério Paulo. Em 1994 estreou Forja de Alves Redol, coprodução com o Museu do Neo-Realismo. Em 2000, organizou, com o apoio da Câmara Municipal Vila Franca de Xira, o Festival de Teatro “Caminhos”. Em 2012, organizou o Festival Teatro Connosco, no âmbito da comemoração dos 150 anos da SEA – Sociedade Euterpe Alhandrense. Ao longo do percurso do Grupo Teatro Esteiros, vários elementos fizeram formação, frequentando atelliers, cursos e seminários em áreas técnicas e artísticas, ministrados por companhias e entidades profissionais. Outros frequentaram cursos superiores de formação de atores, cursos na área do Teatro e Educação, e na Escola Superior de Teatro e Cinema de Lisboa. Vários elementos que iniciaram o seu contacto com o teatro no Grupo Teatro Esteiros seguiram percursos profissionais no Teatro, Cinema e Televisão, sendo hoje figuras de referência no panorama artístico nacional.

PRODUÇÕES (1974-2023)

1975

A Traição do Padre Martinho, de Bernardo Santareno, encenação de Jaime Cunha

1977

Guilherme Tell tem os olhos tristes, de Alfonso Sastre, encenação de Jaime Cunha

1978

Juan Palmieri, de Antonio Larreta, encenação de Jaime Cunha

O Menino que inventava palavras, de Isa Meireles, encenação de Mário Rui

O Canteirinho Vaidoso, de Soledade Martinho Costa, encenação de Mário Rui

1979

Histórias de Hakim, de Norberto Ávila, encenação de Mário Rui (reposição em 1982 – peça vencedora do prémio Melhor Espetáculo Juvenil do Distrito de Lisboa  do III Festival de Teatro de Amadores da CGTP/82)

1980

O Dia Seguinte, de Luís Francisco Rebelo (reposição em 1998) – peça vencedora 1º Prémio ex-aequo II Festival de Teatro de Amadores da CGTP/80

Palhaços (criação coletiva)

O Circo Fantasia, de Guadalberto G. Silva, encenação de Mário Rui

1981

​Esteiros, de Soeiro Pereira Gomes (adaptação parte do romance homónimo)

​Mais um Herói, de Soeiro Pereira Gomes, encenação de Ildefonso Valério

1983

O Princípio ou o Fim, de Ivete K. Centeno (adaptado de Saudades do Paraíso), encenação de Mário Rui

O Circo Fantasia, de Guadalberto G. Silva, encenação de Mário Rui

1983

O Princípio ou o Fim, de Ivete K. Centeno (adaptado de Saudades do Paraíso), encenação de Mário Rui

O Circo Fantasia, de Guadalberto G. Silva, encenação de Mário Rui

1984

O Corvo, de Alfonso Sastre, encenação de Mário Rui (reposição em 1995)

1986

Os Dados estão Lançados, de Jean Paul Sartre, encenação de Mário Rui
Prémio Melhor Espectáculo do Distrito de Lisboa, e um dos dois espectáculos distinguidos a nível nacional, no 5º Festival de Teatro de Amadores CGTP/1986

*Este espectáculo foi apresentado em França (Villejuif – Paris), em Maio de 1987

1987

​Auto da Índia, de Gil Vicente, encenação de Mário Rui

À Hora do Comboio, de Salvador Marques, encenação de Mário Rui

​Viagem a Konostrov, de Boris Vian, encenação de João Santos Lopes

1988

Falar Verdade a Mentir, de Almeida Garret, encenação de Mário Rui
(peça vencedora do Festival de Teatro Amador da Área Metropolitana de Lisboa 1988)

1994

A Forja, de Alves Redol

1992

Morte Acidental de um Anarquista, de Dario Fo, encenação de Mário Rui
(peça vencedora do 1º Prémio e Prémio de Melhor Conjunto de Intérpretes do Festival de Teatro de Amadores da Área Metropolitana de Lisboa, 1993, promovido pela CML, CGTP-IN e INATEL, que decorreu no Teatro Maria Matos, de 20 de Outubro a 7 de Novembro.

1990

Miss Julie, de August Strindberg, encenação de Mário Rui – (reposição em 2003)

1996

A Queda de um Rio, de Miguel Falcão, encenação de Mário Rui

Os Emigrantes, de Slawomir Mrozek, encenação de Mário Rui

​Cocó, Reineta, Facada e su Muchacha, a partir de textos de M.Henrique-Leiria, encenação de Miguel Falcão

1997

A Morte e a Donzela, de Ariel Dorfmann, encenação de Mário Rui

1999

Ilusões, a partir de Sik – Sik, o profissional de Magia, de Eduardo de Filippo, encenação de Mário Rui

2000

Noite e Dois Lados da Cidade, de João Santos Lopes, encenação de Mário Rui

2004

Still – Life (Natureza Morta), de João Santos Lopes, encenação de João Santos Lopes

2005

A Dança da Vida (Espectros), de Henrik Ibsen, versão e encenação de João Santos Lopes

2007

O Armário, a partir de Orwell, Kafka, Barhadwaj, versão e encenação de João Santos Lopes

2009

O Pai, de August Strindberg, encenação de João Santos Lopes

2010

Mãos de Fumo e Lama, adaptação de excertos dos romances Esteiros e Engrenagem, de Soeiro Pereira Gomes, adaptação e encenação de João Santos Lopes

2011

Troika – 3 Peças em 1 Acto (Os Malefícios do Tabaco), de Anton Tchekhov

À Hora do Comboio, de Salvador Marques

O Projector Avariado, de Karl Valentin, encenação de João Santos Lopes

2012

Restos, de João Santos Lopes, encenação de João Santos Lopes

2013

Criaturas, de João Santos Lopes, encenação de João Santos Lopes.

(peça vencedora Prémio de Teatro Amador 2013, (peças infanto-juvenis) promovido pela Câmara Municipal de Vila Franca de Xira.

Em Dezembro desse ano deslocou-se à Ilha de Santiago – Cabo Verde, onde realizou dois espetáculos na cidade de Assomada, e um espetáculo na Vila do Tarrafal.

2014

O Pelicano, de August Strindberg, encenação de João Santos Lopes.

(peça vencedora Melhor Espetáculo do concurso Prémio de Teatro Mário Rui Gonçalves 2014, promovido pela Câmara Municipal de Vila Franca de Xira)

2015

O Júri, a partir de 12 Angry Men de Reginald Rose, encenação de João Santos Lopes (Prémios de Melhor Actor (Bruno Nogueira) e Melhor Luminotecnia (Joaquim Morais) do concurso Prémio de Teatro Mário Rui Gonçalves 2015, promovido pela Câmara Municipal de Vila Franca de Xira)

2016

​IN DUBIO, a partir de Dúvida, de J.P. Shanley, encenação de João Santos Lopes.

Prémios de Melhor Espetáculo, Melhor Encenação (João Santos Lopes), Melhor Cenografia (João Santos Lopes), Melhor Interpretação Feminina (Isabel Teresa), Melhor Luminotecnia (Joaquim Morais), e Melhor Guarda-Roupa (Coletivo Esteiros) (ex-equo) do concurso Prémio de Teatro Mário Rui Gonçalves 2015, promovido pela Câmara Municipal de Vila Franca de Xira.

2017

​O Jardim dos Bichos de Cristal, de Tennessee Williams, encenação de João Santos Lopes

Prémios de Melhor Espetáculo, Melhor Encenação (João Santos Lopes), Melhor Cenografia (João Santos Lopes), Melhor Interpretação Feminina (Antonieta Vendrell), Melhor Luminotecnia (Joaquim Morais), e Menção Honrosa em Guarda-Roupa (Coletivo Esteiros) do concurso Prémio de Teatro Mário Rui Gonçalves 2015, promovido pela Câmara Municipal de Vila Franca de Xira.

2018

​Vozes da Noite, a partir de Talk Radio, de Eric Bogosian, tradução, adaptação, encenação de João Santos Lopes.

Prémios de Melhor Interpretação Masculina (ex-equo) (Casimiro Gonçalves), Menção Honrosa Interpretação Masculina (Bruno Nogueira), Menção Honrosa em Luminotecnia (Joaquim Morais) e Melhor Sonoplastia (João Miguel) do concurso Prémio de Teatro Mário Rui Gonçalves 2018, promovido pela Câmara Municipal de Vila Franca de Xira.

2019

Bruscamente, a partir de Bruscamente no Verão Passado, de Tennesse Williams, versão, adaptação e encenação, de João Santos Lopes

​Prémios de Melhor Interpretação Feminina (Sílvia Teixeira), Melhor Cenografia (João Santos Lopes), Melhor Guarda Roupa (Coletivo Esteiros), Menção Honrosa em Luminotecnia (Joaquim Morais), do concurso Prémio de Teatro Mário Rui Gonçalves 2018, promovido pela Câmara Municipal de Vila Franca de Xira.

2020

Fim de Jogo, de Samuel Beckett, tradução, versão, encenação, de João Santos Lopes.

Prémios de Melhor Espetáculo, Melhor Encenação (João Santos Lopes), Melhor Cenografia (João Santos Lopes), Melhor Interpretação Masculina (Bruno Nogueira), Melhor Interpretação Feminina (Sílvia Teixeira), Melhor Luminotecnia (Joaquim Morais), do concurso Prémio de Teatro Mário Rui Gonçalves 2020, promovido pela Câmara Municipal de Vila Franca de Xira.

2023

O Voo solitário dos Patos, de David Mammet, adaptação e encenação de João Santos Lopes.

Menções Honrosas de Interpretação Feminina (Isabel Teresa) e em Cenografia (João Santos Lopes) do concurso Prémio de Teatro Mário Rui Gonçalves 2022, promovido pela Câmara Municipal de Vila Franca de Xira.

2022

​Lar, a partir de Home, de David Storey, tradução, adaptação, encenação, de João Santos Lopes.

Prémios de Melhor Espetáculo, Melhor Interpretação Masculina (Gonçalo Morais), Melhor Interpretação Feminina (Isabel Teresa), Menção Honrosa de Melhor Encenação (João Santos Lopes), do concurso Prémio de Teatro Mário Rui Gonçalves 2021, promovido pela Câmara Municipal de Vila Franca de Xira)

ENCENADOR

Encenador João Carlos dos Santos Lopes

PERFIL

João Carlos dos Santos Lopes, nasceu em Lisboa em 19 de Março de 1960. Concluiu estudos universitários em Lisboa, no ISCTE – Licenciatura e Mestrado em Sociologia. Faz parte do Grupo Teatro Esteiros, da Sociedade Euterpe Alhandrense, em Alhandra, desde 1982. Actor, encenador, dramaturgo, participou como actor em 18 peças de teatro (Grupo Teatro Esteiros, Teatro da Terra), e como encenador em 19 peças de teatro (Grupo Teatro Esteiros), e como actor, no cinema, em duas longas-metragens (A Fábrica de Nada – 2017) e (Amanhã Será outro Dia – em fase de montagem) realizadas por Pedro Pinho, produzidas pela Terratreme e Terratreme / Pedra no Sapato). Como dramaturgo recebeu diversos prémios em concursos de textos teatrais (Grande Prémio Teatro Português SPA/NOVO GRUPO 2017; INATEL / TEATRO Novos Textos Teatrais – 2000, 2001, 2002, 2005, 2009, 2011, 2016; Prémio José Osório de Castro – FORUM TEATRO IBÉRICO 2008) e de ficção (Grande Prémio RTP de Ficção – 1998), bem como vários prémios em concursos de teatro, abertos a grupos de teatro de amadores (encenação, cenografia). Tem oito obras teatrais publicadas (Portugal, Alemanha, Polónia) e mais três não publicadas. Algumas foram levadas a cena (Portugal, França, Alemanha, Polónia, Luxemburgo) ou alvo de leituras dramáticas (Portugal, Espanha, Alemanha, Luxemburgo). Participou como dramaturgo convidado em encontros e festivais de teatro nacionais e estrangeiros: Almada, Lisboa, St. Etiénne(França), Orleans (França), Trier (Alemanha), Luxemburgo. Entre Abril de 1999 e Abril de 2000, foi bolseiro do Ministério da Cultura – Bolsa de Criação Literária (Dramaturgia) – em colaboração com o Instituto Português do Livro e das Bibliotecas. Em 2008-2009 frequentou o Curso Formação de Actores do IFICT-Lisboa. Em Outubrode 2016 concluiu o “Curso de Formação de Formadores – “Desenvolvimento Curricular em Artes” do Programa de Educação Estética e Artística, na área do Teatro, promovido pela Direcção Geral da Educação / Ministério da Educação.

COMPOSIÇÃO

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